sexta-feira, 18 de junho de 2010

Rectificação obrigatória

Absolutamente por acaso,visitei o site:"Condeixa a Nova wikipédia-enciclopédia viva" e fiquei abismado com o que li.Confesso não estar muito familiarizado com estas coisas de computadores(burro velho,não aprende linguas, não é assim que diz o aforismo?),mas pensava ser obrigatório o rigor.Porque o texto, além de pobre em estilo literário,em alguns casos falta à mais elementar verdade.Vou tentar fazer a análise:
Quando se descrevem as casas senhoriais da vila(concelho),refere-se o Palácio dos Costa Alemão.Em primeiro lugar,chamar palácio a um solar com aquelas caracteristicas,acho despropositado.E não ficaria melhor dizer"Casa da Família Costa Alemão"?Já à Quinta de S.Tomé,chama-se"casa solarenga",quando se trata de algo mais do que isso.Seria necessário estudar primeiro a história de Condeixa para falar sobre estes temas.E nesse caso era possível dizer Palácio dos Lemos Ramalho, em vez de Palácio dos Sotto Mayor.Mas não ficam por aqui os disparates.Diz o tal site:"as actuais instalações da Câmara também eram um Palácio",sem explicar qual. Que diabo, se até o próprio Município chama à sua casa Palácio dos Figueiredos da Guerra!(quanto a mim erradamente porque o palácio foi mandado construir pelo Conde de Portalegre.Os Figueiredos da Guerra foram seus proprietários, mas a pedra de armas que se encontra sobre o portão,é dos Cabrais).Quanto ao palácio dos Condes de Podentes, sempre foi o Hospício, desde o tempo em que era Convento de Frades Antoninos e não "actualmente conhecido como Hospício".A Pousada de Santa Cristina, nunca foi palácio e muito menos incendiado pelos franceses.Trata-se de um edifício construído de raiz para a função que desempenha.No seu local existiu sim o nobre Paço dos Almadas,propriedade do Conde de Avranches, D. Lourenço de Almada, pai de D. Antão Vaz de Almada, o aclamador de D.João IV.
Quando as tropas francesas de Massena e Ney,na retirada após a derrota nas Linhas de Torres,passaram por Condeixa,destruiram a vila, saqueando e incendiando muitas casas.Curiosamente, o Paço dos Almadas e o Palácio dos Lemos Ramalho escaparam inexplicávelmente à chacina.
Isto é história, baseada em factos reais e fácilmente comprováveis.Lamento profundamente nunca ter aparecido uma entidade oficial para "impor"o rigor histórico.Era o mínimo que se exigia!
Já agora, que tanto se fala(erradamente)nos prédios notáveis,podiam ser referidos:a Quinta da Lapa, o palácio dos Matos,no Sebal Grande, a Casa dos Sás,na Praça da República,a Quinta da Melhora e o Palácio dos Comendadores,na Ega, entre outros dignos de registo.
No final do texto "História" do já referido site, é dito:"actualmente Condeixa é uma vila relativamente desenvolvida,com indústria e comércio próprios.Além disso,beneficiando com a proximidade de Coimbra e Conímbriga".Desde quando Condeixa beneficiou com o facto de existir uma das mais importantes estações arqueológicas da península no seu concelho?
E vem finalmente a referência a personalidades ilustres!Apenas um nome:o do médico escritor Fernando Namora.
Então o Ministro da Rainha D.Maria II,Rodrigo da Fonseca Magalhães,que até foi o responsável pela recuperação do estatuto de Concelho?Lisboa prestou-lhe homenagem,dando o seu nome a uma das mais importantes artérias da capital.E o Padre Dr.João Antunes que embora sendo de Coimbra aqui se radicou e dedicou o saber e a fortuna às artes da vila,fundando uma Escola de Artes e Ofícios e o primeiro Orfeão de caracter popular do país?E Manuel Filipe,professor e artista plástico que doou o espólio à sua vila e agora tem galeria própria na velha Escola Conde de Ferreira?Por falar em artes plásticas,porque omitir teimosamente o nome de António Pimentel,autor do lindo painel de azulejos que adorna a parede do Salão Nobre da Câmara,artista reconhecido no mundo,com obras expostas em Museus e Galerias de Arte francesas,inglesas,brasileiras,etc.?E tantos outros ilustres condeixenses?
É ofensivo reduzir apenas a um nome,um tema que podia constituir verdadeiro rol!

6 comentários:

  1. Muito bem. Este passado fim de semana visitei Condeixa e dormi na Pousada de Sta. Cristina. Fiz algumas perguntas, na recepçào, sobre o palácio fronteiriço e acerca das origens da própria pousada.Do muito pouco que sabiam disseram-me que os actuais proprietários do Palácio Lemos sào os Sotto-Mayor, correcto, portanto, ao que sei , e erradamente informaram-me que a Pousada, sendo presentemente o edifício alugado aos Sotto-Mayor, fazia parte do Palácio Lemos. Estranhei que a pedra de armas na Pousada seja completamente diferente da colocada no Palácio Lemos.
    Pelo que li em cima, no blog, constacto que o Sr. Candido Pereira é conhecedor e amante da verdadew. Bem haja.

    Carlos G. Vieira

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  2. Caro Sr.Carlos G.Vieira,o mínimo que se exige a quem menciona factos históricos,é que saiba do que está a falar.Visitei um dia o site da Pousada e,apercebendo-me que algumas informações sobre o local onde está instalada eram erradas,enviei-lhes um e'mail com as respectivas rectificações.Embora me respondessem que iriam verificar,parece que fizeram "tábua rasa"!Se fez o favor de visitar o meu blogue,sabe a história do palácio dos Condes de Avranches(Almadas)que foi demolido para dar lugar à Pousada, e do palácio dos Lemos,actual palácio Sotto Mayor.Obrigado pela visita e o comentário.(não conheço exactamente quais as armas dos condes de Avranches,mas a pedra tem em timbre uma coroa de conde)
    Cândido Pereira

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  4. Fotografei a pedra d'armas colocada na frontaria da Pousada de Sta.Cristina,fiz uma pesquisa e não encontrei em parte alguma informação precisa.Assim,faço a minha própria interpretação do símbolo heráldico:"a coroa em coronel indica o título de conde;a ave sobre o elmo,é sinal de esperança;o escudo,dividido,tem à direita uma árvore,indicativa de estabilidade e também amor em empresas valorosas;as flores de lis,à esquerda,indicam ânimo generoso,coração valoroso e feridas recebidas em combate".O título de Conde de Avranches foi criado por Henrique VI de Inglaterra e o conde combateu na Guerra dos Cem Anos.D. Alvaro Vaz de Almada,foi um dos "Doze Cavaleiros"(Magriços),da história semi-lendária contada por Fernão Veloso,conhecida como o desagravo dos cavaleiros portugueses da ofensa feita às Doze Damas Inglesas.
    Cândido Pereira

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  5. "3 - António Egipcio Quaresma Lopes de Vasconcelos, nasceu a 1817 e faleceu a 27/09/1911. Lente de Medicina da Universidade de Coimbra, Director da Universidade de Coimbra (in: “O Instituto”, Vol 26º, pg. 189), Deputado, Par do Reino, Conselheiro de Estado, Fidalgo da Casa Real, Presidente da Câmara de Condeixa em 1890. Adquiriu em Abril de 1853 o Paço dos Almadas em Condeixa (que recuperou), onde colocou o brazão de armas de seu ascendente José António Quaresma já mencionado. Terá casado c/ Maria Isabel de Carvalho Quaresma." 3 - António Egipcio Quaresma Lopes de Vasconcelos, nasceu a 1817 e faleceu a 27/09/1911. Lente de Medicina da Universidade de Coimbra, Director da Universidade de Coimbra (in: “O Instituto”, Vol 26º, pg. 189), Deputado, Par do Reino, Conselheiro de Estado, Fidalgo da Casa Real, Presidente da Câmara de Condeixa em 1890. Adquiriu em Abril de 1853 o Paço dos Almadas em Condeixa (que recuperou), onde colocou o brazão de armas de seu ascendente José António Quaresma já mencionado. Terá casado c/ Maria Isabel de Carvalho Quaresma.

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  6. http://www.geneall.net/P/forum_msg.php?id=156272

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